29 de abr. de 2010

Lenda da Rasga Mortalha

      Hoje a Curiosa Coruja, traz ao prezado leitor a história de Suindara, uma personagem que deu origem a lenda da Coruja Branca, a tão temida Rasga Mortalha.



      Suindara era uma moça carpideira (mulher a quem se pagava para chorar nos funerais), tinha trinta e cinco anos de idade, era obesa e de pele muito branca, muito inteligente e culta, e por essa razão, todos da aldeia a conheciam como Coruja Branca. Suindara era filho de um poderoso e perigoso feiticeiro, que sempre se vingava de quem fazia mal para a sua família, através de sua poderosa magia, chamado Eliel.
      
     Ricardo era filho de Ruth, uma condessa muito preconceituosa, que jamais permitiria que seu precioso filho namorasse com uma moça como Suindara. Mas Ricardo e Suindara apaixonaram-se e começaram a namorar escondidos. Certo dia, a mãe do rapaz descobriu, e logo tratou de planejar o rompimento daquele namoro, ela não media esforços, em seu coração só existia maldade. Então, Ruth chamou sua empregada, Margarida, e ordenou que entregasse um bilhete para Suindara, dizendo que pretendia contratá-la para chorar em um funeral, mas que para isso, elas deveriam marcar um encontro. O local sugerido pela condessa era afastado e muito escuro, atrás de uma cripta azul, no cemitério. Mas ao chegar ao encontro, Suindara foi brutalmente assassinada, por um empregado de Ruth, a condessa.

      Foi uma morte triste para todos da aldeia, a moça era querida de todos. Assim sendo, foi enterrada em um charmoso e luxuoso mausoléu, no meio de sua tumba foi esculpida uma coruja branca, pois era a maneira carinhosa como todos os moradores do lugar, tratavam Suindara.

      Eliel, o pai de Suindara, através das cartas de tarô, descobriu a mandante do crime. Tomado de uma enorme dor, jurou vingança. Ao anoitecer, ele foi até o mausoléu da filha, invocou as forças do céu e da terra, chamando o espírito de sua filha. Até que de repente a coruja entalhada na tumba da moça, cria vida e voa em direção a casa da condessa. Da sacada do quarto, onde Ruth dormia, ouvem-se um estranho cante de uma ave, que mais parecia um piar, como se alguém estivesse rasgando roupas de seda. Na manhã seguinte, a condessa havia morrido e suas roupas de seda, estavam todas rasgadas dentro do armário. Todos da aldeia ficaram confusos e assustados, com o que acabara de acontecer.

      Após a misteriosa morte da Condessa Ruth, um acontecimento estranho passou a ser relatado por todos os moradores da aldeia. Diziam que, quando alguém estava prestes a falecer, surgia em frente a sua janela uma coruja branca, com o mesmo canto assustador outrora ouvido na sacada da condessa, avisando que a morte passaria por ali.

      Por essa razão, essa ave passou a ser conhecida com o apelido de Rasga Mortalha. Os mais velhos dizem que se o animal pousar e cantar no telhado de sua casa, ou ainda, voando passar e cantar bem no meio da casa, certamente você receberá a visita do anjo da morte, e algum morador da casa irá falecer muito e muito breve. 


      Lembre-se é só uma lenda. Uma historinha para justificar os medos e superstições existentes em nós. 
      A vida e a morte estão sempre de mão dadas. O Divino nos deu a vida, como uma oportunidade de amadurecer, crescer, evoluir e com isso, sermos vencedores de nós mesmos. Enquanto que, a morte é o mesmo que retornar ao lar é à hora da partida, de avaliar aquilo que aprendemos. Seria em vão, toda a criação de Deus, se a vida fosse apenas até o que o homem chama de morte. De minha parte, essas palavras podem até soar prepotência, julgando aquilo que o criador fez e faz para suas criaturas. Mas nos foi dada a razão, o pensamento e a sabedoria para entender o mundo em nossa volta. Basta que busquemos entender e compreender. Pois as mazelas da vida partem em principio de nós mesmos. Porém não vemos isso, buscamos sempre as respostas nos outros, apontamos sempre para o outro. Chega não é?... 
      Pare, pare com esse medo bobo, viva seu presente, aprenda a amar, recomece sempre,  após um dia, sempre nasce um outro, nos dando novas oportunidades. Busque no passado as lições que aprendeu e no presente as ponha em prática sonhando com um futuro promissor. E quanto as pessoas que amamos e que já partiram, saiba que elas vivem e estão presentes em nossas vidas, e certamente chegará à hora do reencontro. "Esse momento será cheio de muitas emoções, pois Ele disse: "Estarei contigo até o fim"; "Tudo que está ligado no céu está ligado na terra", e mais ainda, " Amai-vos uns aos outros como eu vós amei".
       É simples assim...
      Caro leitor, se possível deixe sua opinião, de onde saiu essa historinha, existem muitas outras, pois a cultura de nosso povo é riquíssima. Tudo tem um fundo de verdade, como já falei nada é dito, ou feito em vão.

Joanice Roque (www.curiosacoruja.com.br)

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